Brasileiros nunca consultaram dermatologista, aponta estudo

Brasileiros nunca consultaram dermatologista, aponta estudo — A pesquisa “Brasil à Flor da Pele (2025)”, realizada pela Divisão Dermatológica do Grupo L’Oréal em parceria com o Instituto Datafolha e a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), revela que 54 % da população jamais esteve diante de um especialista em pele.

O levantamento expõe um retrato de desigualdade no atendimento médico: 58 % das pessoas brancas já tiveram consulta, ante 41 % das negras. Enquanto 69 % dos indivíduos da classe A e 66 % da B acessaram o dermatologista, somente 32 % das classes D e E tiveram a mesma oportunidade.

Brasileiros nunca consultaram dermatologista, aponta estudo

Para a dermatologista Vanessa Mussupapo, membro da SBD, a ausência de acompanhamento regular compromete o diagnóstico precoce de enfermidades silenciosas, inclusive o câncer de pele, o tipo mais frequente no país. “Detectar alterações cedo torna o tratamento menos invasivo e com maior taxa de sucesso”, afirma.

Entre os brasileiros que já procuraram o especialista, 11,5 milhões convivem com doenças cutâneas crônicas, como vitiligo, psoríase, dermatite atópica, melasma, rosácea ou lúpus. A pele — maior órgão do corpo — costuma sinalizar problemas internos antes que eles se manifestem de outras formas, reforça a dermatologista Anelise Ghidetti.

A importância das doenças de pele ganhou reconhecimento internacional em 2025, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) as incluiu como prioridade global de saúde pública. O próprio site da OMS destaca campanhas de prevenção e alerta para o aumento de cânceres cutâneos em regiões tropicais.

Buscando ampliar o acesso, o Grupo L’Oréal patrocina iniciativas como o SAS Brasil, organização que oferece atendimento médico gratuito em comunidades negligenciadas, com a meta de zerar filas do SUS nas especialidades atendidas. Outra frente é o Prêmio Dermatologia + Inclusiva, que distribuirá quatro bolsas de R$ 50 mil a pesquisas focadas em populações negras, indígenas e transgêneras.

Hanane Saidi, diretora-geral da Divisão de Beleza Dermatológica do grupo, atribui a barreira de acesso a dois fatores principais: desigualdade socioeconômica e desinformação. “Um em cada quatro brasileiros nem sabe que o dermatologista é médico”, alerta. Para combater mitos, a empresa criou o estúdio “Fato ou Fake” em congressos dermatológicos e convocou o médico Drauzio Varella para produzir conteúdo científico nas redes.

Saidi defende que cuidar da pele é direito de saúde e igualdade. Segundo ela, o centro de inovação do grupo no Brasil desenvolve fórmulas específicas para as necessidades locais e apoia estudos que reflitam a diversidade de peles do país.

Apesar dos desafios, especialistas veem avanços possíveis com educação, investimento em pesquisa e políticas públicas inclusivas. Para Vanessa Mussupapo, o primeiro passo é simples: “Agendar a consulta e criar o hábito de avaliar a pele anualmente”.

Resumo: mais de metade dos brasileiros permanece longe do consultório dermatológico, situação que aprofunda desigualdades e aumenta o risco de doenças graves. Incentivar informação confiável e facilitar o acesso são caminhos apontados por médicos e entidades.

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Crédito: Divulgação

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