Consumo abusivo de álcool entre mulheres motiva ação do SUS

Consumo abusivo de álcool entre mulheres motiva ação do SUS é o alerta que ganha força após novos levantamentos mostrarem avanço do beber pesado episódico no país. Entre 2010 e 2023, a prevalência desse padrão saltou de 10,5% para 15,2%, segundo o sistema Vigitel, do Ministério da Saúde.

O crescimento ocorre no momento em que outros grupos reduzem ou estabilizam a ingestão alcoólica, impulsionando o governo a adotar medidas focadas no público feminino.

Consumo abusivo de álcool entre mulheres motiva ação do SUS

Publicada em 8 de abril, a lei que estabelece uma estratégia de atendimento específica para mulheres usuárias ou dependentes de álcool determina prioridade a gestantes e puérperas. O reconhecimento das particularidades femininas no tratamento do alcoolismo foi saudado por especialistas, que apontam barreiras de gênero, sensação de culpa e ambientes de cuidado pouco acolhedores.

Dados apontam alta entre 2010 e 2023

Levantamento do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) mostra que as mortes relacionadas à bebida cresceram 27,2% entre mulheres nesse período, enquanto as internações atribuíveis ao álcool aumentaram 53,3%. Em faixas etárias acima de 55 anos, o cenário é ainda mais crítico, indo na contramão da tendência observada entre homens mais jovens.

Há também um recorte racial relevante: o 3º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad III) aponta que 72% dos óbitos femininos por transtornos ligados ao álcool ocorreram entre pretas e pardas, população que enfrenta menor acesso a prevenção e tratamento.

Por que o álcool afeta mais o corpo feminino

Diferenças biológicas ampliam os riscos: menor quantidade de água corporal, menor massa magra e níveis reduzidos de enzimas hepáticas tornam a metabolização da bebida mais lenta nas mulheres. O mesmo volume ingerido resulta em maior toxicidade, elevando a incidência de doenças hepáticas e cânceres de mama, esôfago, estômago e colorretal.

Em gestantes, a orientação médica é de abstinência total, pois não existe dose segura para evitar o transtorno alcoólico fetal, responsável por malformações e prejuízos neurológicos no bebê. Entidades como a Organização Mundial da Saúde reforçam a recomendação.

Nova lei garante atendimento específico

A psiquiatra Natalia Haddad, vice-presidente do Cisa, considera a norma um avanço ao reconhecer obstáculos que afastam mulheres do cuidado. O SUS deverá adequar serviços, capacitar equipes e ofertar suporte multidisciplinar que inclua avaliação de comorbidades, medicamentos quando indicados, apoio familiar e grupos de ajuda.

Em 2024, 6,6 mil mulheres já buscaram orientação no “Colcha de Retalhos”, iniciativa dos Alcoólicos Anônimos voltada ao público feminino, ilustrando a demanda por espaços seguros para compartilhar experiências.

O abuso é caracterizado pela ingestão de quatro a cinco doses em curto espaço de tempo—equivalentes a uma taça de vinho, uma lata de cerveja ou uma dose de destilado. A dependência, por sua vez, é doença crônica marcada pela perda de controle, exigindo tratamento contínuo e individualizado.

Para reduzir danos, especialistas aconselham estabelecer limites claros, alternar bebida com água, evitar consumo em jejum e buscar apoio profissional diante de sinais de tolerância ou abstinência.

Quer saber mais sobre saúde e autocuidado? Acesse nosso portal e acompanhe as últimas reportagens. Continue informado e priorize seu bem-estar!

Crédito: Reprodução

Quando você efetua suas compras por meio dos links disponíveis em nosso site podemos receber uma comissão de afiliado, sem que isso acarrete nenhum custo adicional para você.
Rolar para cima