Tamara Klink cruza Passagem Noroeste do Ártico sozinha, completando 6.500 quilômetros entre Groenlândia e Alasca e tornando-se a mais jovem navegadora do mundo a realizar o feito em solitário.
A brasileira de 28 anos adiciona mais um marco à carreira que já inclui a travessia do Atlântico, em 2021, e o inverno ancorada no gelo ártico no ano passado. Filha do renomado navegador Amyr Klink, Tamara segue escrevendo a própria história ao provar, com dados e coragem, que mulheres podem dominar rotas tradicionalmente masculinas.
Tamara Klink cruza Passagem Noroeste do Ártico sozinha
Ao zarpar da Groenlândia, Tamara enfrentou mares com pouco gelo, nuvens densas e tempestades frequentes, cenário que ela associa aos efeitos das mudanças climáticas. “Percorri metade da nossa navegação pelo Ártico com pouco gelo”, relatou nas redes, alertando que a região aquece quatro vezes mais rápido que o restante do planeta.
A viagem exigiu preparo técnico, tomada de decisões rápidas e gestão da solidão. Segundo a velejadora, os maiores desafios não foram as ondas nem as baixas temperaturas, mas sim o peso dos medos alheios projetados sobre ela. “Aprendi a confiar e treinar meus instintos”, disse, ecoando a lição que trouxe da travessia do Atlântico.
Com a conclusão da rota que liga os oceanos Atlântico e Pacífico pelo topo do globo, Tamara tornou-se a primeira mulher latino-americana registrada a cumprir a Passagem Noroeste sozinha e a mais jovem navegadora, de qualquer nacionalidade ou gênero, a realizar o percurso.
Especialistas apontam que a façanha reforça o debate sobre a navegabilidade comercial no Ártico. Estudos da National Geographic indicam que o derretimento acelerado do gelo abre novas rotas marítimas, mas também ameaça ecossistemas sensíveis.
Imagem: Gabi di Bella
Em ano de COP30, a brasileira usa sua visibilidade para pressionar por ações climáticas. “Os próximos anos são cruciais para defendermos a vida no planeta”, escreveu, convidando seguidores a se envolverem em iniciativas de redução de emissões e proteção dos oceanos.
No retorno ao Brasil, a velejadora planeja compartilhar registros da jornada em palestras e em um possível novo livro. Até lá, mantém a embarcação, os gráficos de navegação e o diário de bordo prontos para futuras expedições.
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Foto: Reprodução/Instagram @tamaraklink


